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Ascensão do Senhor e a Espera de Pentecostes: Deus conosco para Deus em nós!

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Nesta quinta-feira, quarenta dias após o Primeiro Domingo da Páscoa e dez dias antes do Domingo de Pentecostes, celebramos, no cristianismo ocidental, o Dia da Ascensão do Senhor Jesus Cristo. Durante este dia, cogitei muito sobre o que iria escrever acerca desta da tão especial para nós, cristãos, discípulos de Jesus, o qual temos como nosso Senhor e Salvador e cremos como o Verbo Eterno de Deus, por meio do qual todas as coisas foram criadas; como o Filho Unigênito de Deus, gerado, não criado, da substância eterna do Pai; como o Ungido de Deus, que tira o pecado do mundo; e como o filho da Virgem Maria, Portadora de Deus (Theótokos), por meio do qual veio a nós como ser humano. O Filho, coeterno e consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo, que subexiste na Eternidade, penetrou o espaço-tempo e assumiu nossa natureza humana, formando a perfeita Pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, de corpo humano e alma humana: uma única Pessoa com duas naturezas distintas (huma

Cristianismo e as Pessoas LGBTQIA+ - Dia Internacional de Combate a homofobia!

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     Sabemos como, ao longo da História da Igreja, a tradição e alguns textos das Sagradas Escrituras, como de Lv 18:22, Lv 20:13, Dt 22:5, Rm 1:18-32 e 1 Co 6:9, foram e continuam sendo usados para condenar a homossexualidade e a transgeneridade. Todavia, a Bíblia precisa ler lida analisando seu contexto histórico, social, político e religioso. A cultura levita do AT era totalmente patriarcal e compreendia a relação sexual entre dois homens com rebaixamento ao status de mulher – nota-se que Lv 18:22 não fala de relação sexual entre duas mulheres, mas só entre dois homens. Por que será? A sociedade grego-romana do NT era completamente promíscua e havia até prática sexuais como forma de cultuar os deuses.      Percebe-se que, no texto de Rm, a relação sexual entre pessoas do mesmo sexo está inserido no contexto de idolatria. As pessoas deixam a finalidade natural do sexo, que é o amor, e começaram a usá-lo como um ritual religioso aos deuses. Além disso, algo muito comum na naquela soci

Ninguém tira minha vida de mim, mas eu a dou - Reflexões da Páscoa

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     “ Ninguém tira minha vida de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai ” (Jo 10:18). Quantas vezes, lendo os quatros Evangelhos, vemos as pessoas tentaram matar Jesus pois, para a sociedade e a religião da época, ele era um blasfemador e herege. Mas, por ainda não ter chegado sua hora, ninguém conseguia fazer isso? Já tentaram apedrejar Jesus, mas Ele, simplesmente, saia do meio da multidão e ninguém conseguia fazer-lhe nenhum mal.      Porém, quando Ele cumpriu toda a vontade de seu Pai, Pedro tentou defendê-lo cortando a orelha do soldado romano, mas Jesus restaurou a orelha dele e disse-lhe: “ Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão. Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos? Como então se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas deveriam acontecer desta forma? ” (Mt 26:52

Virgem Maria: Mãe de Cristo ou Mãe de Deus? – Os conflitos em relação ao dogma da maternidade divina

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  Em primeiro de janeiro, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra o Dia de Santa Maria, Mãe de Deus – um título muito controverso em grande parte do protestantismo e evangelicalismo contemporâneo. Porém, essa controvérsia não se originou com a ascensão da Reforma Protestante e do Movimento Evangélico (o próprio Martim Lutero acreditava nesse dogma, o dogma da maternidade divina): suas raízes encontram-se na Igreja Primitiva.   Uma das principais controvérsias, talvez a principal, do Cristianismo Primitivo foi em relação à divindade de Jesus Cristo: se Ele é Filho de Deus, gerado da substância do Pai, assim também sendo Deus, ou se Ele é Filho de Deus, criado pelo Pai de uma natureza distinta, assim sendo uma criatura. No Concílio realizado na cidade de Nicéia, é institucionalizada a divindade do Filho Unigênito de Deus, sendo Deus gerado da substância do Pai antes de todos os séculos; e, no Concílio realizado na cidade de Constantinopla, algumas décadas depois, é instituciona

Natal de Emanuel, o Deus-Conosco

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  Então é Natal, um das datas mais importantes do Calendário Litúrgico Cristão. Neste dia celebramos o nascimento do Messias, do Cristo e do Salvador, que nós cristãs, cristãos e cristães cremos ser Jesus, um homem negro, pobre e vindo da cidade periférica de Nazaré, que se localizava na região da Galiléia, bem distante da Judéia, onde localizava-se a cidade de Jerusalém e a elite judaica.   Vários profetas e profetizas da Antiga Aliança anunciaram a vinda do Messias (מָשִׁיחַ: palavra hebraica que significa Ungido) ou Cristo (Χριστός: palavra grega que também significa Ungido). Dentre eles, o que mais fez isso foi o profeta Isaías. Ele o descreveu como “Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:5b).   Isto é, o Messias que viria não seria apenas um homem poderoso, mas o próprio Deus Eterno em natureza humana. São João, um dos quatros evangelistas, descreve em seu belíssimo Prólogo que o Logos, o Verbo Eterno, por meio do qual todas as coisa

Domingo do Nosso Senhor Jesus Cristo, o Rei do Universo

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  Neste ano de 2021, a Festa de Domingo de Cristo Rei caiu hoje, 21 de novembro. Quando vários profetas da Antiga Aliança anunciaram a vinda do Messias, muitos, além de descrevê-lo como Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz (Is 9:5), também anunciaram que Ele seria um Rei (Is 9:6; Jr 23:5-6).   Isso levou a muitos judeus, principalmente os líderes religiosos, a imaginarem o Messias como um rei humano e que governaria num reino humano, terreno e político – até os dias de hoje. Todavia, nós cristãs, cristãos e cristanes, cremos que este Messias foi e é Jesus, um homem pobre, negro e vindo da cidade periférica de Nazaré, localizada na região da Galiléia, bem longe da Judéia, onde se encontrava a cidade de Jerusalém e onde habitavam os líderes religiosos e a elite judaica.   Esse homem, que foi tão, mas tão humano, nós também cremos que é a encarnação do Logos, do Verbo Eterno por meio do qual todas as coisas foram criadas, o Filho Unigênito de De

Teologia e Ciências da Natureza: o Evolucionismo Teísta ou Criacionismo Evolucionário

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     Crer em Deus não impede – ou não deveria impedir – de aceitar os conhecimentos científicos. A evolução biológica (explicada pela teoria Seleção Natural de Charles Darwin) é um fato científico. Ela entre em choque apenas com uma leitura literal e até, se me permitem dizer, infantil de Gênesis. Por isso, é necessário grande trabalho teológico e hermenêutico para conciliar a fé no criacionismo com o fato da evolução.  YHWH, o Deus Altíssimo, criou todas as coisas através de seu Filho Unigênito, o Verbo Eterno (Jo 1:1-4, 10; Hb 1:2). Através do Divino Filho, todo o espaço, o tempo a matéria e a energia eclodiram para a existência (aqui que entra o modelo físico e cosmológico do Big Bang). Deus estava e está por traz de todo o processo mecânico do Cosmos, e isso incluir o processo de origem e evolução da vida na Terra, a Criação não é um processo acabado, mas está constantemente ocorrendo.      A evolução biológica não afirma que o ser humano “veio” do macaco, mas que, sendo uma espé